....

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

[CVExplica Gainsbourg] Programa 02

[Hoje: CVExplica Gainsbourg Programa 02] Com Eliana Guedes — [Anna]





Uma minissérie de programas que explica a vida e obra de Serge Gainsbourg.

O programa de hoje apresenta a multimusical escritora radialista atriz artista plástica Eliana Guedes

Saiba o que ela pensa sobre Gainsbourg, sobre seus projetos e ouças as canções que escolhemos para esse programa — relacionado com a comédia musical Anna.

Queremos saber sua opinião: o que você gostaria de saber sobre o Gainsbourg? O que você gostaria de ver neste espetáculo? Qual música não pode faltar?
Participe! Skype CVExplica
E pelo Facebook!

E mais:
os boletins imperdíveis de Tarso Fortes e Eduardo Nasi

Participação de Cínthya Verri no Programa Mulheres da TV Gazeta

domingo, 26 de agosto de 2012

[Quase Perfeito] ANTESSALA DA SEPARAÇÃO

Arte de Cínthya Verri
“Tenho medo de ser trocada. Namoro há um ano, e de uns dois meses para cá, meu relacionamento está diferente. Acho meu namorado distante. Tudo o que acontece me faz pensar que ele está a fim de outra, a começar pelas mulheres que adiciona no Facebook. Será que estou neurótica ou ele manda sinais para pular fora? Beijo, Elis”

Querida Elis,
Não está neurótica. É uma constatação de que o relacionamento esfriou. Observou que ele age diferente e já é necessário tomar uma atitude.
Dividir a dúvida é melhor do que telepatia. Caso ele se sinta ofendido com a pergunta, tanto faz, pelo menos estará avisado. Essencial que ele tome conhecimento de que você sabe que algo mudou, que não vão se distanciar impunemente.
A maior causa de morte do amor é a omissão: o outro enxerga o fim, mas não quer acreditar.
Quais os sinais do tédio amoroso?
Quando ele não responde as provocações costumeiras, não explica os trabalhos, passa a dormir no lado contrário da cama, não tem paciência nem para se chatear e lhe dá razão de graça, não renova convites para sair e se contenta com sua primeira recusa, faz questão de viver pela casa em horários diferentes, evita a convivência com sua curiosidade, a agenda social dele deixou de incluí-la.
O tédio é a antessala da separação. Há um longo corredor pela frente, que pode ser alterado com sua disposição em ouvir e entender o que vem aborrecendo seu namorado. Deve ser uma frustração pequena que cresceu em silêncio. O incidente que gerou a tristeza deve ser bobo para você, mas importante para ele, por isso não reparou.
Sobre o medo de ser trocada, não tem nada ver, é um segundo momento, quando a monotonia não produz nenhuma revolução.
Não sofra com as mulheres que ele adiciona no Facebook. Na hipótese de traição, apagaria os contatos.
Homem infiel não é frio, não é quieto, mas exagerado. Com culpa no cartório, busca sufocar a verdade comprando presentes, flores e se derramando em elogios e declarações à toa.
Abraço com toda ternura,
Fabrício Carpinejar







Querida Elis,
O movimento de translação é aquele que a Terra realiza ao redor do Sol junto com os planetas. A velocidade média para viajar esta órbita é de 107.000 km por hora, e o tempo necessário para completá-la é de 365 dias, 5 horas e cerca de 48 minutos.
Esse tempo que a Terra leva para dar uma volta completa em torno do Sol é chamado ano.
É um bom período de tempo para conhecermos alguém. Doze meses de convivência contam na construção do entendimento sobre suas rotinas, seus hábitos, suas estações. É a primeira apresentação, a primeira grande volta que damos juntos. Uma páscoa, um natal, férias de julho, um inverno, um verão, um dia dos namorados, os aniversários e assim por diante. Vocês estão à beira do convite para prosseguir. Será que não desejam? O que será que está assustando?
Desenvolver um namoro depende dos dois; gostar conta com a contribuição de ambos. Se a relação perdeu a força, é preciso olhar melhor e conversar tão logo possível e com a máxima franqueza que se conseguir. A conversa é o mestre-sala dos mares.
Pensar que seu namorado planeja terminar pode estar encobrindo sua própria vontade de partir.  Quando um começa a ser menos carinhoso, e não se dá conta pode provocar o desinteresse sem necessariamente assinar a autoria.
Quando as coisas não estão claras dentro da gente, é pretensioso procurar a nitidez dentro do outro. Investigue a si mesma: já renderia uma série policial imensa e interessante. Garantia de aventuras sem fim. E mais: na dúvida, faça o que você quer. Se a vontade dele concorda com a sua, melhor; se não, nada há a fazer.
Beijos meus,
Cínthya Verri
Publicado no jornal Zero Hora
Coluna semanal, Caderno Donna, p. 6
Porto Alegre (RS), 26/08/2012 Edição N° 17173

Preservamos a identidade do remetente com nome fictício.
Nossos palpites amorosos não substituem consulta, terapia, exorcismo e qualquer tratamento técnico.
ESCREVA PARA colunaquaseperfeito@gmail.com

[Quase Perfeito] ANTESSALA DA SEPARAÇÃO

Arte de Cínthya Verri
“Tenho medo de ser trocada. Namoro há um ano, e de uns dois meses para cá, meu relacionamento está diferente. Acho meu namorado distante. Tudo o que acontece me faz pensar que ele está a fim de outra, a começar pelas mulheres que adiciona no Facebook. Será que estou neurótica ou ele manda sinais para pular fora? Beijo, Elis”

Querida Elis,
Não está neurótica. É uma constatação de que o relacionamento esfriou. Observou que ele age diferente e já é necessário tomar uma atitude.
Dividir a dúvida é melhor do que telepatia. Caso ele se sinta ofendido com a pergunta, tanto faz, pelo menos estará avisado. Essencial que ele tome conhecimento de que você sabe que algo mudou, que não vão se distanciar impunemente.
A maior causa de morte do amor é a omissão: o outro enxerga o fim, mas não quer acreditar.
Quais os sinais do tédio amoroso?
Quando ele não responde as provocações costumeiras, não explica os trabalhos, passa a dormir no lado contrário da cama, não tem paciência nem para se chatear e lhe dá razão de graça, não renova convites para sair e se contenta com sua primeira recusa, faz questão de viver pela casa em horários diferentes, evita a convivência com sua curiosidade, a agenda social dele deixou de incluí-la.
O tédio é a antessala da separação. Há um longo corredor pela frente, que pode ser alterado com sua disposição em ouvir e entender o que vem aborrecendo seu namorado. Deve ser uma frustração pequena que cresceu em silêncio. O incidente que gerou a tristeza deve ser bobo para você, mas importante para ele, por isso não reparou.
Sobre o medo de ser trocada, não tem nada ver, é um segundo momento, quando a monotonia não produz nenhuma revolução.
Não sofra com as mulheres que ele adiciona no Facebook. Na hipótese de traição, apagaria os contatos.
Homem infiel não é frio, não é quieto, mas exagerado. Com culpa no cartório, busca sufocar a verdade comprando presentes, flores e se derramando em elogios e declarações à toa.
Abraço com toda ternura,
Fabrício Carpinejar







Querida Elis,
O movimento de translação é aquele que a Terra realiza ao redor do Sol junto com os planetas. A velocidade média para viajar esta órbita é de 107.000 km por hora, e o tempo necessário para completá-la é de 365 dias, 5 horas e cerca de 48 minutos.
Esse tempo que a Terra leva para dar uma volta completa em torno do Sol é chamado ano.
É um bom período de tempo para conhecermos alguém. Doze meses de convivência contam na construção do entendimento sobre suas rotinas, seus hábitos, suas estações. É a primeira apresentação, a primeira grande volta que damos juntos. Uma páscoa, um natal, férias de julho, um inverno, um verão, um dia dos namorados, os aniversários e assim por diante. Vocês estão à beira do convite para prosseguir. Será que não desejam? O que será que está assustando?
Desenvolver um namoro depende dos dois; gostar conta com a contribuição de ambos. Se a relação perdeu a força, é preciso olhar melhor e conversar tão logo possível e com a máxima franqueza que se conseguir. A conversa é o mestre-sala dos mares.
Pensar que seu namorado planeja terminar pode estar encobrindo sua própria vontade de partir.  Quando um começa a ser menos carinhoso, e não se dá conta pode provocar o desinteresse sem necessariamente assinar a autoria.
Quando as coisas não estão claras dentro da gente, é pretensioso procurar a nitidez dentro do outro. Investigue a si mesma: já renderia uma série policial imensa e interessante. Garantia de aventuras sem fim. E mais: na dúvida, faça o que você quer. Se a vontade dele concorda com a sua, melhor; se não, nada há a fazer.
Beijos meus,
Cínthya Verri
Publicado no jornal Zero Hora
Coluna semanal, Caderno Donna, p. 6
Porto Alegre (RS), 26/08/2012 Edição N° 17173

Preservamos a identidade do remetente com nome fictício.
Nossos palpites amorosos não substituem consulta, terapia, exorcismo e qualquer tratamento técnico.
ESCREVA PARA colunaquaseperfeito@gmail.com

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

[no ar o CVExplica Gainsbourg Programa 01] Bob Bahlis





[no ar o CVExplica Gainsbourg Programa 01]

Uma minissérie de programas que explica a vida e obra de Serge Gainsbourg.

OUÇA O AUDIO AQUI


O programa de hoje apresenta o diretor do espetáculo As Mulheres que Amavam Gainsbourg que estamos construindo.

Saiba o que pensa Bob Bahlis sobre Gainsbourg, sobre seus projetos e ouças as canções que escolhemos para esse programa.

Queremos saber sua opinião: o que você gostaria de saber sobre o Gainsbourg? O que você gostaria de ver neste espetáculo? Qual música não pode faltar?
Participe! Skype CVExplica
E pelo Facebook!

E mais: 
os boletins imperdíveis de Tarso Fortes e Eduardo Nasi

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Ilustra para [Sim e Não]



Ilustra para [Sim e Não] crônica de Fabrício Carpinejar no site VidaBreve

"Não mexa no iogurte dela. Ela tem uma técnica especial para enrodilhar a tampa, é estragar um dos melhores momentos de sua vida e desperdiçar a nata que se acumula no alumínio.

Já pode desenroscar à vontade sua garrafa da água. Ela não vê nenhuma arte nisso."

Siga lendo: http://www.vidabreve.com/uncategorized/sim-e-nao

domingo, 19 de agosto de 2012

[Ilustra] Macumba na Esquina do Quarto


“Olá, tenho 31 anos, me envolvi com um rapaz que saía de uma relação. Carinhoso e atencioso, me fazia acreditar que estava realmente envolvido. Me sentia querida e desejada. Um mês depois, ele reatou o relacionamento anterior. Dizia gostar de mim e estar indeciso. Pode ele ter fingido tudo? Beijo, Janice”.

Leia as respostas aqui: http://bouchevilleporescrito.blogspot.com.br/2012/08/macumba-na-esquina-do-quarto.html

MACUMBA NA ESQUINA DO QUARTO



Arte de Cínthya Verri

“Olá, tenho 31 anos, me envolvi com um rapaz que saía de uma relação. Carinhoso e atencioso, me fazia acreditar que estava realmente envolvido. Me sentia querida e desejada. Um mês depois, ele reatou o relacionamento anterior. Dizia gostar de mim e estar indeciso. Pode ele ter fingido tudo? Beijo, Janice”.

Querida Janice,

Homem não pensa, emenda relacionamentos. Quem pensa é a mulher, que se dispõe a morar sozinha após longa convivência.

Separação, para o homem, é férias. Separação, para a mulher, é luto.

Ela faz o certo que é se recuperar da simbiose e trocar devagar os vínculos. Experimenta uma espécie de desintoxicação da personalidade. O fim do amor não é somente dividir os objetos e colocá-los numa caixinha, mas realizar a partilha emocional, bem mais demorada: que consiste em refinar a memória, as virtudes e os defeitos.

A figura masculina tem o estranho hábito de sair de um casamento direto para outro. Uma prova dessa mentalidade é que confunde o nome de sua companhia com mais frequência do que a mulher.  Troca porque nunca teve tempo para absorver a mudança.

Quando não cola amores, rompe, namora um pouco para logo voltar atrás. O namoro ou o caso extraconjugal seria seu período de reflexão.

Foi o que aconteceu. Ele espiou a vida lá fora com você, se valia a pena permanecer ou não com a antiga namorada.

Seu rapaz encantador, portanto, não fingiu. Nem cabe se sentir usada – ele não agiu com deliberada consciência.

Realmente arriscou uma nova combinação, foi feliz, mas faltou solidão (que gera independência) para superar a vida passada.

Eu pensaria diferente: não foi você que ele não escolheu, ele nunca abandonou a ex. Estava sob o domínio dos hábitos e fetiches anteriores. Era um intervalo, não um recomeço.

Evite partidos que recém se separaram. É casca grossa: deve ter estômago para aguentar as macumbas na esquina e as assombrações no quarto.

Abraço com toda ternura,
Fabrício Carpinejar

Querida Janice,

A maior fonte de alegria para uma pessoa é outra pessoa. Quem me disse isso foi Vicente Cecim, querido amigo e escritor. Penso nisso quando leio sua carta e percebo tanta saudade do que sentiu durante essa relação. Foram intensos e caros momentos. Estiveram envolvidos de maneira sincera. Quando a paixão é plena, ela não sabe ser unilateral. Ninguém sente isso sozinho.

Disse que ele era encantador, mas quem é ensolarado brilha para todos. Nunca houve exclusividade na ternura e o eco atrai fantasmas: talvez você desconfiasse dessa generosidade de afeto; e a insegurança cresce com a ausência.

Você queria que ele fosse seu. Ele foi, mas isso parece não bastar. Você se sente enganada; traída pelo futuro que ele quis diferente. Está faltando compreender que a guerra não exclui a paz.

Ele saía de uma relação complexa e anterior. Isso não era segredo. Nem é mistério para ninguém a força que o hábito exerce sobre nós: como é difícil mudarmos nossos costumes! Montamos a cozinha como era a de nossa mãe. Acordamos um dia, e os panos de prato estão na terceira gaveta. O que não é pensado acaba repetido.

É uma questão econômica. Há toda uma rede de adaptação envolvida: alto investimento é feito quando nos unimos com alguém. Essa estrutura cobra seu preço na hora da separação. Quanto maior o tempo, mais caro sai. Não que seja impossível, nada é; nem que não seja necessário, muitas vezes é a única maneira.

Chegou a sua vez de ir adiante. Leve na mala a sua competência de gostar, ela está comprovada. O resto fica por conta do acaso.

Beijos meus,
Cínthya Verri

Publicado no jornal Zero Hora
Coluna semanal, Caderno Donna, p. 6
Porto Alegre (RS), 19/08/2012 Edição N° 17166

Preservamos a identidade do remetente com nome fictício.
Nossos palpites amorosos não substituem consulta, terapia, exorcismo e qualquer tratamento técnico.
ESCREVA PARA colunaquaseperfeito@gmail.com

MACUMBA NA ESQUINA DO QUARTO



Arte de Cínthya Verri

“Olá, tenho 31 anos, me envolvi com um rapaz que saía de uma relação. Carinhoso e atencioso, me fazia acreditar que estava realmente envolvido. Me sentia querida e desejada. Um mês depois, ele reatou o relacionamento anterior. Dizia gostar de mim e estar indeciso. Pode ele ter fingido tudo? Beijo, Janice”.

Querida Janice,

Homem não pensa, emenda relacionamentos. Quem pensa é a mulher, que se dispõe a morar sozinha após longa convivência.

Separação, para o homem, é férias. Separação, para a mulher, é luto.

Ela faz o certo que é se recuperar da simbiose e trocar devagar os vínculos. Experimenta uma espécie de desintoxicação da personalidade. O fim do amor não é somente dividir os objetos e colocá-los numa caixinha, mas realizar a partilha emocional, bem mais demorada: que consiste em refinar a memória, as virtudes e os defeitos.

A figura masculina tem o estranho hábito de sair de um casamento direto para outro. Uma prova dessa mentalidade é que confunde o nome de sua companhia com mais frequência do que a mulher.  Troca porque nunca teve tempo para absorver a mudança.

Quando não cola amores, rompe, namora um pouco para logo voltar atrás. O namoro ou o caso extraconjugal seria seu período de reflexão.

Foi o que aconteceu. Ele espiou a vida lá fora com você, se valia a pena permanecer ou não com a antiga namorada.

Seu rapaz encantador, portanto, não fingiu. Nem cabe se sentir usada – ele não agiu com deliberada consciência.

Realmente arriscou uma nova combinação, foi feliz, mas faltou solidão (que gera independência) para superar a vida passada.

Eu pensaria diferente: não foi você que ele não escolheu, ele nunca abandonou a ex. Estava sob o domínio dos hábitos e fetiches anteriores. Era um intervalo, não um recomeço.

Evite partidos que recém se separaram. É casca grossa: deve ter estômago para aguentar as macumbas na esquina e as assombrações no quarto.

Abraço com toda ternura,
Fabrício Carpinejar

Querida Janice,

A maior fonte de alegria para uma pessoa é outra pessoa. Quem me disse isso foi Vicente Cecim, querido amigo e escritor. Penso nisso quando leio sua carta e percebo tanta saudade do que sentiu durante essa relação. Foram intensos e caros momentos. Estiveram envolvidos de maneira sincera. Quando a paixão é plena, ela não sabe ser unilateral. Ninguém sente isso sozinho.

Disse que ele era encantador, mas quem é ensolarado brilha para todos. Nunca houve exclusividade na ternura e o eco atrai fantasmas: talvez você desconfiasse dessa generosidade de afeto; e a insegurança cresce com a ausência.

Você queria que ele fosse seu. Ele foi, mas isso parece não bastar. Você se sente enganada; traída pelo futuro que ele quis diferente. Está faltando compreender que a guerra não exclui a paz.

Ele saía de uma relação complexa e anterior. Isso não era segredo. Nem é mistério para ninguém a força que o hábito exerce sobre nós: como é difícil mudarmos nossos costumes! Montamos a cozinha como era a de nossa mãe. Acordamos um dia, e os panos de prato estão na terceira gaveta. O que não é pensado acaba repetido.

É uma questão econômica. Há toda uma rede de adaptação envolvida: alto investimento é feito quando nos unimos com alguém. Essa estrutura cobra seu preço na hora da separação. Quanto maior o tempo, mais caro sai. Não que seja impossível, nada é; nem que não seja necessário, muitas vezes é a única maneira.

Chegou a sua vez de ir adiante. Leve na mala a sua competência de gostar, ela está comprovada. O resto fica por conta do acaso.

Beijos meus,
Cínthya Verri

Publicado no jornal Zero Hora
Coluna semanal, Caderno Donna, p. 6
Porto Alegre (RS), 19/08/2012 Edição N° 17166

Preservamos a identidade do remetente com nome fictício.
Nossos palpites amorosos não substituem consulta, terapia, exorcismo e qualquer tratamento técnico.
ESCREVA PARA colunaquaseperfeito@gmail.com

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

[no ar o CVExplica Gainsbourg Programa 00]




[no ar o CVExplica Gainsbourg Programa 00]

Uma minissérie de programas que explica a vida e obra de Serge Gainsbourg.

O programa de hoje apresenta o Espetáculo As Mulheres que Amavam Gainsbourg que estamos construindo.

Em primeira mão, faixas inéditas com algumas versões das canções do maestro.

Queremos saber sua opinião: o que você gostaria de saber sobre o Gainsbourg? O que você gostaria de ver neste espetáculo? Qual música não pode faltar?
Participe! Skype CVExplica
E pelo Facebook!
E mais: os boletins imperdíveis de Tarso Fortes e Eduardo Nasi

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

[Ilustração] Declaração de Bem




DECLARAÇÃO DE BEM
[Crônica de Fabrício Carpinejar]

Nasci para arruinar surpresas.
Bato a língua com os dentes. Acabo revelando ao aniversariante festa armada secretamente, entrego paixões platônicas dos amigos.
Deus nunca me confiaria os segredos de Fátima porque transformaria em fofocas de Fátima.
Sou um estraga-prazer declarado.
Siga lendo no Vida Breve:

http://www.vidabreve.com/uncategorized/declaracao-de-bem

domingo, 12 de agosto de 2012

AMIZADE COLORIDA FUNCIONA?


Arte de Cínthya Verri

“Querido casal! Tenho uma amizade colorida há três anos. Até que ponto é saudável isto? Há regras? Somos muito amigos, ele me conta relacionamentos, eu me fecho. Ele pergunta: ‘Já imaginou se nos apaixonarmos?’. E eu: ‘Deixa rolar, estamos sujeitos a isso!’ Um beijo. Alice”

Querida Alice,
A amizade é o ferrolho da adolescência, onde nos protegemos das frustrações. Vocês estão brincando de pega-pega. Quando ele vai lhe alcançar, finge que não quer e se salva por mais um tempo. Mas o que mais deseja é perder a brincadeira para ganhá-lo. Desistir de competir para estar junto.

O medo de arruinar a convivência é uma desculpa furada. Sempre pensamos que podemos fazer a pessoa mais feliz do que é. No fundo, somos confiantes, somos orgulhosos, somos os melhores.

Vem deixando de falar o que sente por receio de levar um fora. Não é por generosidade ou para salvar o passado ou pelo bem dos dois. A covardia tem o costume de se esconder na timidez.

São três anos de hesitações e incertezas. É muito sofrimento à toa, tortura emocional, pequenos testes e provas.

Vocês estão por um fiozinho, a corda mais do que esticada, um olhando a boca do outro pelas três palavras redentoras. Na paixão, não existe fiado. Tem que falar na hora senão o sentimento muda e vira ressentimento.

Não transfira a responsabilidade, não sofra ouvindo casinhos, bancando a forte e inflexível, esclarecida e disponível, mas morrendo de ciúme em segredo. Esgote as possibilidades antes de se conformar. Ninguém é mais forte do que o amor. A fraqueza é sincera e sábia.

Se ele diz:

– Não quero estragar nossa amizade.

Responda com convicção:

– Eu quero estragar nossa amizade.

A réplica será um beijo. E sua tréplica será um novo beijo.

Declare-se, agora.

Abraço com toda ternura,
Fabrício Carpinejar






Querida Alice,

Era uma vez, a primeira noite da lua-de-mel:

– Querido, vá fechar a porta que dá para a rua. Ficou aberta.
– Fechar a porta? Eu? O noivo? Deve estar louca. Vá fechá-la você mesma.
– Ah, é? – gritou a noiva – Pensa que sou sua escrava? Não acredito!

Decidiram: o primeiro que falasse faria a tarefa. Sentaram-se em silêncio.

Ladrões aproveitaram a entrada destravada e recolheram tudo o que puderam. O casal testemunhava mudo.

Pela manhã, dois policiais investigaram a estranha casa desprotegida. Diante do silêncio abusivo, cada vez mais irritados, um deles disse ao parceiro:

– Dê um tapa neste homem para que recupere a razão.

Então a mulher explodiu:

– Por favor, não batam nele!
– Ganhei! – gritou imediatamente o marido. – Você vai fechar a porta!

Alice, é bonito que esteja questionando. Conversar já mostra que não tem vocação para o sofrimento. Quando pergunta se há regras, pressente que alguma coisa não anda generosa entre os dois. É questão de equidade: aplicar cada norma a cada caso. Ele fala de outras mulheres, você guarda a quietude. Por quê? Não está apenas esperando por ele secretamente? Fingindo modernidade?

Amizades coloridas existem, são possíveis com respeito e honestidade, cumplicidade e bom humor.  Talvez seja o caso. O ponto saudável é não haver sacrifícios; coragem de se entregar sem morrer para si. Saúde é ter a autonomia para depender. Não é vergonha assumir que seu amor mantém a janela aberta.

Beijos meus,
Cínthya Verri

Publicado no jornal Zero Hora
Coluna semanal, Caderno Donna, p. 6
Porto Alegre (RS), 12/08/2012 Edição N° 17159

Preservamos a identidade do remetente com nome fictício.
Nossos palpites amorosos não substituem consulta, terapia, exorcismo e qualquer tratamento técnico.
ESCREVA PARA colunaquaseperfeito@gmail.com

AMIZADE COLORIDA FUNCIONA?


Arte de Cínthya Verri

“Querido casal! Tenho uma amizade colorida há três anos. Até que ponto é saudável isto? Há regras? Somos muito amigos, ele me conta relacionamentos, eu me fecho. Ele pergunta: ‘Já imaginou se nos apaixonarmos?’. E eu: ‘Deixa rolar, estamos sujeitos a isso!’ Um beijo. Alice”

Querida Alice,
A amizade é o ferrolho da adolescência, onde nos protegemos das frustrações. Vocês estão brincando de pega-pega. Quando ele vai lhe alcançar, finge que não quer e se salva por mais um tempo. Mas o que mais deseja é perder a brincadeira para ganhá-lo. Desistir de competir para estar junto.

O medo de arruinar a convivência é uma desculpa furada. Sempre pensamos que podemos fazer a pessoa mais feliz do que é. No fundo, somos confiantes, somos orgulhosos, somos os melhores.

Vem deixando de falar o que sente por receio de levar um fora. Não é por generosidade ou para salvar o passado ou pelo bem dos dois. A covardia tem o costume de se esconder na timidez.

São três anos de hesitações e incertezas. É muito sofrimento à toa, tortura emocional, pequenos testes e provas.

Vocês estão por um fiozinho, a corda mais do que esticada, um olhando a boca do outro pelas três palavras redentoras. Na paixão, não existe fiado. Tem que falar na hora senão o sentimento muda e vira ressentimento.

Não transfira a responsabilidade, não sofra ouvindo casinhos, bancando a forte e inflexível, esclarecida e disponível, mas morrendo de ciúme em segredo. Esgote as possibilidades antes de se conformar. Ninguém é mais forte do que o amor. A fraqueza é sincera e sábia.

Se ele diz:

– Não quero estragar nossa amizade.

Responda com convicção:

– Eu quero estragar nossa amizade.

A réplica será um beijo. E sua tréplica será um novo beijo.

Declare-se, agora.

Abraço com toda ternura,
Fabrício Carpinejar






Querida Alice,

Era uma vez, a primeira noite da lua-de-mel:

– Querido, vá fechar a porta que dá para a rua. Ficou aberta.
– Fechar a porta? Eu? O noivo? Deve estar louca. Vá fechá-la você mesma.
– Ah, é? – gritou a noiva – Pensa que sou sua escrava? Não acredito!

Decidiram: o primeiro que falasse faria a tarefa. Sentaram-se em silêncio.

Ladrões aproveitaram a entrada destravada e recolheram tudo o que puderam. O casal testemunhava mudo.

Pela manhã, dois policiais investigaram a estranha casa desprotegida. Diante do silêncio abusivo, cada vez mais irritados, um deles disse ao parceiro:

– Dê um tapa neste homem para que recupere a razão.

Então a mulher explodiu:

– Por favor, não batam nele!
– Ganhei! – gritou imediatamente o marido. – Você vai fechar a porta!

Alice, é bonito que esteja questionando. Conversar já mostra que não tem vocação para o sofrimento. Quando pergunta se há regras, pressente que alguma coisa não anda generosa entre os dois. É questão de equidade: aplicar cada norma a cada caso. Ele fala de outras mulheres, você guarda a quietude. Por quê? Não está apenas esperando por ele secretamente? Fingindo modernidade?

Amizades coloridas existem, são possíveis com respeito e honestidade, cumplicidade e bom humor.  Talvez seja o caso. O ponto saudável é não haver sacrifícios; coragem de se entregar sem morrer para si. Saúde é ter a autonomia para depender. Não é vergonha assumir que seu amor mantém a janela aberta.

Beijos meus,
Cínthya Verri

Publicado no jornal Zero Hora
Coluna semanal, Caderno Donna, p. 6
Porto Alegre (RS), 12/08/2012 Edição N° 17159

Preservamos a identidade do remetente com nome fictício.
Nossos palpites amorosos não substituem consulta, terapia, exorcismo e qualquer tratamento técnico.
ESCREVA PARA colunaquaseperfeito@gmail.com

[Quase Perfeito] Amizade Colorida


quinta-feira, 9 de agosto de 2012

#CVExplica Vicente Franz Cecim




Ele escreve como Vicente Franz Cecim
Ele toca instrumentos como Vicente Franz Cecim
Ele faz filmes sem gastar um real como Vicente Franz Cecim
Ele está se tornando Vicente Franz Cecim de novo e de novo
Ele vai ao passado através do futuro como Vicente Franz Cecim
Você precisa conhecer

CVExplica VICENTE FRANZ CECIM



Especial Entrevista no CVExplica desta quinta-feira.


OUÇA O AUDIO AQUI


CVExplica: sua sessão imperdível de explicações fundamentais na Rádio Elétrica.


CVExplica [+ou- 21h], quintas, na Rádio Elétrica
participe ao vivo no msn/email cvexplica@hotmail.com
add Skype CVExplica

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

[DRnaTV] Brigas e Sexo


Programa exibido na TVCOM dia 07.08.2012.

Cinthya Verri e Fabrício Carpinejar libertam o corpo no TVCOM Tudo Mais

Acompanhe ao vivo nas terças-feiras | 21h | canal 36 UHF/NET ou online http://mediacenter.clicrbs.com.br/templates/player.aspx?contentID=1636&channel=41&uf=1&tipoVivo=1

Saiba das novidades curtindo
http://www.facebook.com/drnatv



segunda-feira, 6 de agosto de 2012

[DrnaTV] Dia do Orgasmo

Programa exibido na TVCOM dia 31.07.2012.

Cinthya Verri e Fabrício Carpinejar libertam o corpo no TVCOM Tudo Mais

Acompanhe ao vivo nas terças-feiras | 21h | canal 36 UHF/NET ou online http://mediacenter.clicrbs.com.br/templates/player.aspx?contentID=1636&channel=41&uf=1&tipoVivo=1

Saiba das novidades curtindo
http://www.facebook.com/drnatv

domingo, 5 de agosto de 2012

[Quase Perfeito] NUNCA NAMOREI


Arte de Cínthya Verri

“Olá, Boa tarde! Sou estudante e tenho 29 anos. Nunca tive namorado, vivo apaixonada por um ou outro, mas sempre platonicamante, nada de concreto. Até rola uns amassos, beijos na balada, mas nada além disso, sei que sou um pouco exigente em relação a homens, não saio com qualquer um. Mas me considero uma pessoa "liberal", não gosto de hipocrisia. Será que o problema é comigo? Beijo Stephane”

Querida Stephane,

Não noto nenhum problema, vejo que você absolutamente não deseja namorar. Não é exigente, mas excludente. Exigente é o que avalia as possibilidades e tenta, mas você descarta as hipóteses antes de experimentar.

A paixão platônica é um modo de manter o desejo ocupado e não ser importunada pelos apelos da realidade. Como deseja um sujeito em sua imaginação, não pode se interessar por um homem próximo. É uma fidelidade de faz-de-conta, que elimina o trabalho de conhecer alguém de verdade. 

Namoro é ensaio, é pisar no pé para roçar as pernas, chutar o ar para criar nova dança, é cometer gafes e rir e se atrapalhar. Todo apaixonado é gago, confuso, estranho, de péssimo desempenho social. O amor vai perdoando o nervosismo pela vontade de aprender diferente.

Para que aconteça o namoro, deve errar. O primeiro passo para namorar é fracassar, desativar os alarmes de proteção, esquecer o que sabia sobre o amor. Por isso as bebedeiras são os melhores cupidos.

Namorar é oferecer a chance para aquele que não atende às nossas expectativas. É romper a idealização e ampliar nossa curiosidade sobre o mundo.

Enquanto esperar o par de fábrica, Cinderela, ficará descalça.

Mas entendo que sua rejeição é preventiva. Tem medo da avaliação alheia. Não se gosta, não se acha ideal e acredita que qualquer um sentirá a mesma aversão. 

Aceita ficar na balada desde que não desenvolva amizade no dia seguinte. Elimina o contato para não ser recusada depois. Você, certamente, não deseja namorar consigo.

A pergunta é outra: o que considera em si abominável a ponto de fugir da convivência amorosa?

Abraço com todo afeto,
Fabrício Carpinejar










Querida Stephane,

Na hora da sentença, como era seu mórbido costume, o General Persa ordenou que o espião fosse trazido para conversa reservada:

— O que quer: a porta preta ou o esquadrão de fogo?

O prisioneiro hesitou, mas logo disse que preferiria o esquadrão de fogo.

Tiros indicaram que a sentença fora cumprida.  O ajudante questionou:

— O que existe atrás da porta preta?
— A liberdade — respondeu o general —e poucos foram os homens que a escolheram.

Que bonito, Stephane, que se abra para falar conosco. Isso, por si só, mostra sua curiosidade em paquerar com novas possibilidades.

Mas querida, cada um tem seu conceito do que é ser liberal. Quase três décadas de sua vida se passaram e ainda não teve nenhuma relação física importante com alguém. Claro que selecionar pode fazer diferença, mas talvez esteja passando do ponto. Desconfiar é tão legítimo quanto confiar em si.

Com essa peneira tão fina, acaba fechando a luminosidade. Você está se privando de experiências enriquecedoras. Não que seja essencial, veja por você mesma, a vida continua. Mas é certo que a intimidade nos ensina muito.

Será que esse não é um jeito de se tornar especial — enquanto todos se estrebucham em atritos e confusões emocionais, você paira sobre a nuvem, intacta, voando no tapete mágico do amor platônico?

É possível que essas paixões nunca tenham avançado, não por sua desconfiança sobre os parceiros, mas pela incerteza sobre a sua própria capacidade de amar.

É uma abertura diferente daquelas que você já experimentou, inclusive sexualmente. Talvez essa entrega ainda dependa de querer a liberdade a dois. Amar é a coragem de desconhecer.

Beijos meus,
Cínthya Verri
Publicado no jornal Zero Hora
Coluna semanal, Caderno Donna, p. 6
Porto Alegre (RS), 05/08/2012 Edição N° 17152

Preservamos a identidade do remetente com nome fictício.
Nossos palpites amorosos não substituem consulta, terapia, exorcismo e qualquer tratamento técnico.
ESCREVA PARA colunaquaseperfeito@gmail.com

[Quase Perfeito] NUNCA NAMOREI


Arte de Cínthya Verri

“Olá, Boa tarde! Sou estudante e tenho 29 anos. Nunca tive namorado, vivo apaixonada por um ou outro, mas sempre platonicamante, nada de concreto. Até rola uns amassos, beijos na balada, mas nada além disso, sei que sou um pouco exigente em relação a homens, não saio com qualquer um. Mas me considero uma pessoa "liberal", não gosto de hipocrisia. Será que o problema é comigo? Beijo Stephane”

Querida Stephane,

Não noto nenhum problema, vejo que você absolutamente não deseja namorar. Não é exigente, mas excludente. Exigente é o que avalia as possibilidades e tenta, mas você descarta as hipóteses antes de experimentar.

A paixão platônica é um modo de manter o desejo ocupado e não ser importunada pelos apelos da realidade. Como deseja um sujeito em sua imaginação, não pode se interessar por um homem próximo. É uma fidelidade de faz-de-conta, que elimina o trabalho de conhecer alguém de verdade. 

Namoro é ensaio, é pisar no pé para roçar as pernas, chutar o ar para criar nova dança, é cometer gafes e rir e se atrapalhar. Todo apaixonado é gago, confuso, estranho, de péssimo desempenho social. O amor vai perdoando o nervosismo pela vontade de aprender diferente.

Para que aconteça o namoro, deve errar. O primeiro passo para namorar é fracassar, desativar os alarmes de proteção, esquecer o que sabia sobre o amor. Por isso as bebedeiras são os melhores cupidos.

Namorar é oferecer a chance para aquele que não atende às nossas expectativas. É romper a idealização e ampliar nossa curiosidade sobre o mundo.

Enquanto esperar o par de fábrica, Cinderela, ficará descalça.

Mas entendo que sua rejeição é preventiva. Tem medo da avaliação alheia. Não se gosta, não se acha ideal e acredita que qualquer um sentirá a mesma aversão. 

Aceita ficar na balada desde que não desenvolva amizade no dia seguinte. Elimina o contato para não ser recusada depois. Você, certamente, não deseja namorar consigo.

A pergunta é outra: o que considera em si abominável a ponto de fugir da convivência amorosa?

Abraço com todo afeto,
Fabrício Carpinejar










Querida Stephane,

Na hora da sentença, como era seu mórbido costume, o General Persa ordenou que o espião fosse trazido para conversa reservada:

— O que quer: a porta preta ou o esquadrão de fogo?

O prisioneiro hesitou, mas logo disse que preferiria o esquadrão de fogo.

Tiros indicaram que a sentença fora cumprida.  O ajudante questionou:

— O que existe atrás da porta preta?
— A liberdade — respondeu o general —e poucos foram os homens que a escolheram.

Que bonito, Stephane, que se abra para falar conosco. Isso, por si só, mostra sua curiosidade em paquerar com novas possibilidades.

Mas querida, cada um tem seu conceito do que é ser liberal. Quase três décadas de sua vida se passaram e ainda não teve nenhuma relação física importante com alguém. Claro que selecionar pode fazer diferença, mas talvez esteja passando do ponto. Desconfiar é tão legítimo quanto confiar em si.

Com essa peneira tão fina, acaba fechando a luminosidade. Você está se privando de experiências enriquecedoras. Não que seja essencial, veja por você mesma, a vida continua. Mas é certo que a intimidade nos ensina muito.

Será que esse não é um jeito de se tornar especial — enquanto todos se estrebucham em atritos e confusões emocionais, você paira sobre a nuvem, intacta, voando no tapete mágico do amor platônico?

É possível que essas paixões nunca tenham avançado, não por sua desconfiança sobre os parceiros, mas pela incerteza sobre a sua própria capacidade de amar.

É uma abertura diferente daquelas que você já experimentou, inclusive sexualmente. Talvez essa entrega ainda dependa de querer a liberdade a dois. Amar é a coragem de desconhecer.

Beijos meus,
Cínthya Verri
Publicado no jornal Zero Hora
Coluna semanal, Caderno Donna, p. 6
Porto Alegre (RS), 05/08/2012 Edição N° 17152

Preservamos a identidade do remetente com nome fictício.
Nossos palpites amorosos não substituem consulta, terapia, exorcismo e qualquer tratamento técnico.
ESCREVA PARA colunaquaseperfeito@gmail.com

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

CVExplica Nelson Rodrigues

Venha conversar sobre o universo Rodrigueano com Cínthya Verri no CVExplica.

Com a coleção Nelson Rodrigues

ouça o audio aqui


CVExplica: sua sessão imperdível de explicações fundamentais na Rádio Elétrica.



CVExplica [+ou- 21h], quintas, na Rádio Elétrica
participe ao vivo no msn/email cvexplica@hotmail.com
add Skype CVExplica

[Ilustra para Vida Breve] FILHO DA PECHINCHA




Eu não durmo no avião. Cochilo com olho aberto e outro tremendo. Os cílios são cadarços desamarrados.

Estou em vigília pelo lanchinho. Mesmo que seja somente um copo de água ou um refrigerante. Mesmo que seja bolacha de sal e tablete de manteiga. Mereço, e não abro mão. Paguei, e quero cada fone de ouvido, cada torrão de açúcar que seja oferecido.

Siga lendo o texto de Fabrício Carpinejar aqui